segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Exponoivos...?

Este fim de semana dei um pulo à Exponoivos e gostava de deixar aqui uns tópicos para ouvir as vossas opiniões como profissionais da área, clientes ou quem já passou por aqui...

Paguei 7,5 euros por um bilhete, e demorei 5 minutos a dar a volta ao recinto...
1ª perplexidade:
o desiquilíbrio entre o custo da entrada e a qualidade/variedade da oferta é gritante. O preço do bilhete tem vindo a aumentar e os expositores a encolher. Ganharia toda a gente (organização, fornecedores e visitantes) se os valores praticados fossem mais acessíveis e de acordo com o que se oferece, verdade...?
perplexidade:
apesar do dia horroroso que estava (6 graus e a chover), havia fila para entrar e estava cheio. Daqui se conclui que público não falta, até porque é a única altura em que um casal pode consultar e ver ao vivo um conjunto de serviços e produtos a que provavelmente vai recorrer. Não deveria isto ser uma oportunidade de mercado?
perplexidade:
não havia floristas, bolos, prova de menus e vinhos, maquilhagem ou cabelos, entre outro tipo de serviços que um casal precisa. Esta feira apresenta-se como a mostra anual, na capital do país, de serviços de casamento, e a oferta resume-se a quintas, fotografia, vestidos e alguns convites.
4ª perplexidade:
onde estão as tendências para 2010? Que cores, que géneros, que materiais?
Será que não há?
5ª e última perplexidade:
porque estão uma série de serviços especializados (flores, decoração, entretenimento, materiais gráficos) sob a alçada das "quintas"? A qualidade, variedade e criatividade de serviço será a mesma?

Outra questão pertinente... onde se dirigem os noivos que não revêm neste evento? Onde procuram, como procuram, que sucesso têm neste processo?

12 comentários:

Brancoprata disse...

Bem Susana... por onde começar...Nos últimos sete anos temos participado em várias "feiras" de casamentos e nunca o termo foi tão bem aplicado como agora! Começamos a achar que o melhor mesmo é desistir de fazer este tipo de evento já que no final a frustação é o nosso principal sentimento! Este ano estivemos na Braganoivos e sentimo-nos uns verdadeiros ALIENS! Parece que vivemos num mundo completamente à parte onde não é obrigatório usar atoalhados pretos, bases redondas em espelho nos centros de mesa e mesas em vidro com iluminação... SIM, as nossas tendências em Portugal resumem-se a isto!! Falam em personalização e depois chegamos às Quintas e a decoração é de fugir e acima de tudo está mal executada e pensada!! Dizem que os seus casamentos são sempre diferentes e tal não acontece (também é certo que não partilham imagens daquilo que fazem por isso é dificil verificar se é verdade ou não). Não apresentam sugestões, não apresentam novas ideias e depois ainda criticam o nosso trabalho achando tudo estranho e descabido... Por isso Susana, ficamos muito contentes ao ler o teu artigo e por saber que não estamos sozinhos nesta luta. Aliás, e dizemos isto muitas vezes, temos os melhores clientes do mundo principalmente porque não se deixam levar pelas conversas das Quintas, dos Caterings e dos Organizadores de meia leca que para aí existem! E mais não dizemos pois o comentário já vai longo:)

Susana disse...

eu nem quis comentar muito sobre o que vi, por ser bastante opinativo, mas quando saí, só pensei em pedir o livro de reclamações...
Ha 4 anos atrás, qd eu fiz Braga Noivos, senti-me assim como vocês, mas percebia-se que havia algumas tendências (mesmo q fosse tudo igual)... agora aqui, era tudo fraquíssimo.
Deu-me que pensar, em termos de oportunidades de negócio e de oferta ao público... penso que o que é necessário é um novo modelo de feira, que responda de facto às pessoas em vez de impôr o mínimo de oferta...
Marinemos!

Pinga Amor disse...

Os vossos comentários não são novidade infelizmente, porque como a Sofia disse um muito bem o sentimento no final da feita é sempre de frustração e ficamos sempre com uma expressão estampada no rosto de quem acabou de ver um filme de terror que continua em exibição há anos sem conta!

Felizmente ainda se encontram algumas pessoas a trabalhar de maneira de diferente, e que conseguem realizar e transformar o dia que tanto se espera por quem quer casar numa verdadeira harmonia de sentimentos.

Só me resta felicitar quem o faz e ter esperança que dias mais coloridos cheguem a acontecer neste país.

Obrigada pelo post Susana e pela partilha de informação.

Susana disse...

olá Ana, eu nem queria acreditar... a única coisa que me ocorre, é quem serve os noivos como os meus clientes, os teus e os da Sofia (pq devem ser bastantes) e onde é q estas pessoas, coitadas, conseguem ter conhecimento do trabalho de qualidade que se faz...
É bastante inimaginável uma feira de noivos sem bolos, sem provas de comida, sem propostas customizadas ou a menção sequer dessa alternativa (que é esse o futuro e a tendência, acho eu)... estava eu aqui a conter-me... os 3 stands de convites q lá estavam tinham a mesma coisa de há 10 anos - convites da canela, da ráfia e da conchinha, tudo em cremes e bordeaux... e a sensação que fica é q as pessoas só têm esta oferta e às tantas, é isto que levam...

Pinga Amor disse...

Olá Susana,

Confesso que a ráfia,pauzinhos de canela, conchas, suportes de alianças em metal, fatos de noivo brilhantes onde podemos ver reflectido um arco íris e os famosos cachos que as noivas insistem em levar no cabelo...tiram-me do sério!

Eu já fiz um esforço, mas não entendo! Uma vez caí no erro de dizer que tudo isso é PIROSO e quase fui banida do grupo de pessoas com quem estava!

Resta-nos continuar com os nossos blogs e mostrar a diferença e que as pessoas têm outras escolhas.

Tânia Gouveia disse...

Olá Susana,

Sou há pouco tempo leitora assidua do Happy Hour...!

Os casais que não se revêm nestes eventos e no que lá se promove, lêem o blog Happy Hour...! ... e são clientes da BrancoPrata! :)))

Pois Sofia, por me sentir um verdadeiro Alien na BragaNoivos é que não fomos às outras feiras.

Obrigada por tanta inspiração!

Susana disse...

olá Tânia, fico contente que haja alguma discussão à volta desta questão :)
Acho que faz falta concorrência para nos superarmos continuamente (a maior parte destes fornecedores que vi, trabalha pelos mínimos e sem opções) e colaboração, para que o mercado expanda e surjam novas ideias - como no post com o título Alice a 3 mãos, que resultou da colaboração de uma fotógrafa com algum tempo livre (Dezembro e Janeiro são época baixa), com uma florista e uma event planner... o resultado é magnífico, mantém as ideias ginasticadas, e o budget gasto (gastar para ganhar...!!) foi seguramente recuperado com as montanhas de re-posts que o artigo teve...
Juntos somos mais fortes...? Os clientes são a razão de existência das nossas empresas...?
Pois claro que sim :)

Volte muitas vezes, ainda estamos só no início!

Anónimo disse...

Olá,

Poderás ler a minha opinião nos vários posts aqui deixados
http://onossocasamento.pt/forum/exponoivos-2010-lisboa

Nick - Anabelamgv

Concordo com o que aqui já foi dito nos outros comments, o resto poderás ler nos meus posts.

Em traços gerais:

- Força de vendas demasiado agressiva, tornando se demasiado desconfortável para os noivos, acabando por não os cativar mas afugentando os

- Pouca diversidade de fornecedores, leia se, apenas os maisa caros, pois alugar um espaço lá é carissimo

Bjcs

Anabela

Susana disse...

olá Anabela

estive a dar uma vista de olhos no seu comentário e restantes e é engraçado a percepção que a maior parte tem da feira, como sendo de "elite". Na minha opinião, é exactamente o contrário, porque de selectivo e de facto elite, apenas vi o Grupo Lágrimas (e com um stand muito mais fraco que os habituais, que são sempre espectaculares, com mobiliário da Boca do Lobo, a Pronovias e a Rosa Clará (acho eu...) e nenhuma destas duas tinha vestidos, apenas catálogo.
Os custos da feira são de facto elevadíssimos (há 3 anos, rondava os 3000 euros), mas a selecção que é apresentada está muito longe de ser de topo.

Margarida disse...

Ainda bem que não me desloquei a Lisboa para ir ver a feira, pois faro-lisboa-faro não sai propriamente barato, especialmente para alguém que vai apenas pela curiosidade de ver o que se faz por aí...
Acreditem que se a Sofia e o André (BrancoPrata) lá tivessem estado, nem tinha pensado duas vezes, pois acompanho o trabalho deles há algum tempo e gostaria imenso de os conhecer.

Sinceramente, acho que o problema é que a Internet nos trouxe uma visão tão alargada da organização de casamentos/festas e tudo o que as envolve, que nos tornamos mais exigentes e já não nos contentamos com o que o "povinho" quer (se alguém se sentir ofendido, lamento): pão e circo!!!acompahado de muita foleirice...

Há uns meses estive num casamento, cujo fotógrafo, supostamente de elite, fez um trabalho desastroso, de fazer chorar, até, as pedras da calçada... As minhas fotos, tiradas numa pequena máquina compacta do mais simples que há no mercado ficaram não sei quantas vezes melhores que as dele (eh eh eh olha eu a babar...).

Enfim... a mediocridade faz-me urticária (literalmente!)e só me recorda o tão bem que Eça retratava a nossa sociedade.

Brancoprata disse...

Susana, não resisto a deixar mais um comentário!! "...Juntos somos mais fortes..." Conordo plenamente e assino por baixo em TODOS os teus desabafos!

Susana disse...

olá Margarida

acho que um dos grandes problemas é cultural, genéricamente, não gostamos de arriscar e até censuramos quem o faz, só gostamos de jogar pelo seguro e garantido... isto a mim, faz-me frenicoques e estagnar não faz parte dos meus verbos.
Óbviamente que há todo o tipo de clientes para todo o tipo de serviço, mas aqui a discussão está no facto desta oferta ser tão pouco criativa e tão impositiva... se uma pessoa acha piroso ou foleiro(como disse a Ana) ou arregala os olhos em silêncio ("oh meu deus...!") em relação aos paus de canela, à combinação de bordeaux com marfim, aos atoalhados pretos e prateados (o meu ódio de estimação são arranjos de flores com geribérias e margaridas)é olhada como um alien...a que propósito?

O gosto educa-se, mesmo com casais que tragam uma ideia pré feita, se lhes mostrarmos que há mais alternativas e dermos a segurança que o resultado vai ser óptimo e não pagam mais por isso, provavelmente estas pessoas até vão dizer "sim, podemos experimentar"

Mas é preciso querer oferecer melhor serviço, e isso é que dá trabalho :) (provavelmente não é para todos...)